(Reuters) - O jogo é muito simples. Com a luz desligada dentro de um banheiro, diga "Bloody Mary" três vezes e espere o fantasma aparecer. Mas o que é uma brincadeira infantil boba norte-americana, baseada em lendas sobre uma bruxa, ganha contornos aterrorizantes quando o assunto é "Atividade Paranormal 3."
Embora seja a terceira parte de uma franquia que reproduz a mesma fórmula, o resultado desta produção é tenso, muitas vezes angustiante. Afinal, para o espectador que já sabe que há um demônio à espreita, qualquer corredor escuro mostrado na tela é o começo de mais uma descarga de adrenalina.
Para entender o filme é preciso saber o que ocorreu previamente. Quando estreou em 2007, com um orçamento na casa dos milhares e dividendos em milhões de dólares, a história era tratada como verdadeira, seguindo a fórmula de "Bruxa de Blair."
Katie (Katie Featherston) e Micah (Micah Sloat) eram um casal às voltas com sons estranhos durante a noite e, por isso, decidiram espalhar câmeras pela casa para descobrir a razão. Não demora muito para a dupla - e o espectador - perceberem que há um fantasma por ali.
No filme seguinte, em 2010, para explicar a origem dessa assombração, o roteirista Christopher B. Landon (de "Paranoia") voltou um pouco no tempo e mostrou que os mesmos acontecimentos infernizaram a vida da família de Kristi, irmã de Katie. Ela, o marido e o filho ainda bebê sofreram as agruras de ter um hóspede demoníaco até encontrarem uma solução para o caso - para o azar de Katie.
Como as irmãs fizeram referências a acontecimentos na infância nos filmes anteriores, agora, a história volta para 1988, quando tudo começou. O que se vê desta vez são as gravações em VHS obtidas pelo padrasto de Katie e Kristi, Dennis (Christopher Nicholas Smith), quando estranhas situações passam a perturbar a vida em família.
Como se trata de uma fórmula, a previsibilidade é um fato. No entanto, diferentemente de suas antecessoras - e até para deixar tudo interessante -, Landon desta vez capricha no que está sendo captado pelas câmeras. Apesar dos sustos bobos recorrentes, a dupla de diretores novatos, Henry Joost e Ariel Schulman, consegue dar gás a esta história com cenas engenhosas e detalhes assombrosos desde o início do filme. Afinal, uma das críticas feitas ao primeiro e ao segundo era justamente a morosidade narrativa.
Outro detalhe importante nesta produção é o humor trazido pela primeira vez à trama. O casal Julie (Lauren Bittner) e Dennis suavizam a tensão, tal como o amigo despachado Randy (Dustin Ingram), o alívio cômico de "Atividade Paranormal 3." Pelo menos até a segunda metade do filme, quando já não há muito espaço para piadas.
A escolha da pequena atriz Jessica Tyler Brown, como a jovem Kristi, também deve ser destacada. Ela consegue passar uma naturalidade vibrante mesmo nas cenas em que conversa sorrindo com um tal amigo invisível chamado Toby.
Apesar de um desfecho um pouco decepcionante, a terceira parte desta franquia é a melhor até aqui. Como ninguém sabe até hoje qual foi o destino de Katie, que desaparece no final do primeiro filme, ainda há muita história para contar, pelo menos para a frente, da próxima vez.
Apesar de um desfecho um pouco decepcionante, a terceira parte desta franquia é a melhor até aqui. Como ninguém sabe até hoje qual foi o destino de Katie, que desaparece no final do primeiro filme, ainda há muita história para contar, pelo menos para a frente, da próxima vez.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)
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