O curta-animação canadense do diretor Nick Cross "Yellow Cake" começa muito inocentemente, mas esse filme estilo cinema mudo, rapidamente se transforma em algo muito mais pós-moderno e perturbador com agitação, desigualdade e guerra.
É impressionante como o cinema de animação tem a capacidade para lidar com assuntos que em outros meios têm de ser tratados com mais delicadeza. Em um mundo (e principalmente no Brasil) onde a lei e ser cada vez mais politicamente correto, essa é uma das poucas artes que ainda os conservadores de plantão não perceberam a liberdade que os diretores ainda encontram para trabalhar.
O Bolo Amarelo em questão é produzido no pequeno e tranquilo vilarejo de Baker Town, habitado por minúsculos Smurfs. Numa sequência logo na abertura onde todos estão felizes, vemos o bolo ser apreciado por uma multidão na praça da cidade com um bom copo de cerveja.
Mas a felicidade é fugaz. Quando os gatos gigantes começam a exigir bolos amarelos como pagamento (uma forma de imposto/tributo), em troca, eles não esmagariam os moradores. O prefeito da cidade de Baker relutantemente concorda, e aí, os conflitos contra o imperialismo e o capitalismo vem à tona.
"Yellow Cake" é curta-animação fantástico e engraçado que caracteriza o bullying geopolítico, agitação social, opressão, resistência, a revolta dos trabalhadores, e alguns deliciosos bolos amarelos.
Yellow Cake from Nick Cross on Vimeo.
2 comentários:
Um dos melhores já postados aqui. Não é só uma metáfora geral do sistema capitalista. É uma narrativa quase parafrásica da situação atual dos EUA - como exploram, provocam as guerras, tiram a liberdade em nome da liberdade... É de se pensar o que nós, terceiro-mundistas e que gostamos de arte, podemos fazer diante disso.
É, isso ai, triste por que é a real, termina meio estranho, por que termina na merda mesmo
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