sábado, 30 de julho de 2011

11 curtas cinematográficos.

Para promover um de seus novos produtos, a TV cinema 21:9 (ES-PE-TA-CU-LAR essa TV), a Philips se associou à Ridley Scott Associates (RSA) e desafiou cineastas do mundo inteiro a criar um curta metragem de no máximo 3 minutos, concentrando-se num gênero a escolha do diretor. Mas o verdadeiro desafio, no entanto, era que todos os curtas usassem o mesmo diálogo: 

What is that?/ O que é isso?
It’s a unicorn / É um unicórnio
Never seen one up close before / Nunca vi um tão de perto
Beautiful /Lindo
Get away, get away / Saia daqui, saia daqui
I’m sorry/ Desculpa

O projeto chamado Parallel Lines (Linhas Paralelas), foi criado de forma que a Philips escolhesse os filmes mais inovadores a partir do olhar de vários diretores. 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

DATENA: PORRADA NO RICARDO TEIXEIRA.



O maluco do apresentador da TV Record José Luiz Datena diz que vai dar porrada no Ricardo Teixeira. Será? Assim seja.
Sobrou promessa de porrada também para o Carlos Augusto Montenegro que é presidente do Ibope, mas não estou lingando para ele e nem para a sua empresa de pesquisa.   

O que me importa mesmo é a promessa do Datena de dar porrada no Ricardo Teixeira. E o que me impressiona também e o apresentador divulgar a campanha #foraricardoteixeira que bateu record de twittagem essa semana. Tudo bem que tem uma briga da TV Record com o presidente da CBF, mas mesmo assim ele ganhou uns pontos comigo.


Imagine o William Bonner e a Fátima Bernardes numa chamada do Jornal Nacional dizendo: "Mais de 60 mil pessoas no twitter já fazem parte do #foraricardoteixeira. E você, está nessa campanha também? Participe." Mas isso não vai acontecer jamais. Qualquer informação sobre corrupção na Copa, a TV GLOBO prestaria um serviço muito grande para o Brasil. Até meu cachorrinho Tumes sabe que a TV da família Marinho nunca foi imparcial e independente. Nunca. 





Sinceramente, queria apenas uma informação do jornalismo da TV Globo, somente dizer que: "No sábado, dia 30/07/2011, às 10 da manhã, a Frente Nacional dos Torcedores vai realizar um protesto contra o presidente do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 e da CBF, Ricardo Teixeira, no Largo do Machado, zona Sul do Rio de Janeiro. E a Fifa espera que isso não atrapalhe o evento que será transmito para todo o mundo". Pronto, nada demais. 
  
Isso seria jornalismo, não tem como negar que é uma informação e uma prestação de serviço e mostraria para a população que essa Copa não precisa ser nojenta e criminosa.  


Mas a Globo, tão amada por milhões de brasileiros já tem o rabo preso com o governo, imagine com o "todo poderoso" Ricardo Teixeira que parece ser o "dono" da próxima Copa do Mundo.


Essa revolta que vem tomando conta de muitos na internet e em breve teremos as manifestações nas ruas, nasceu quando o cartola Ricardo Teixeira, dono da CBF e da seleção brasileira disse um monte de bobagem, palavrões e ofensas, dirigidas principalmente para alguns veículos de comunicação como a Folha de São Paulo, o jornal Lance e a ESPN Brasil. Veículos esses que não largam do pé do Ricardo "Milionário" Teixeira que é alvo de 13 pedidos de indiciamento relativos a supostos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Num país sério ele já estaria em cana a muito tempo.




FRASES DO RICARDO TEIXEIRA.


"Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF? É entidade privada, Não tem dinheiro público. Por que merda todo mundo enche o saco?"

"Caguei. Caguei de montão" (sobre as acusações que recebe)

"Você acredita em tudo o que sai na imprensa? Esquece. Isso é tudo armação."

"Garotinho? Ele está trabalhando para a Record"

"Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito na Globo"

"Só vou ficar preocupado quando as acusações saírem no Jornal Nacional"

"Parei de ver televisão e internet. Não leio mais porra nenhuma. A vida ficou leve pra cacete"

"Voo da muamba? Foi tudo armado. O secretário da receita armou para mostrar serviço, comprou a história e nós nos



  
PORRADA NELE DATENA? COMO ASSIM?




"Deixar de se posicionar contra Ricardo Teixeira, entretanto, é deixar de se posicionar contra desonestidade, favorecimento, desmandos e bandidagem. Contra gente que usa e ainda vai usar o futebol, que é nosso, que é do povo brasileiro, para enriquecer muito e, no processo, deixar o país mais pobre e mais injusto". CAIO MAIA

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vem aí o filme do professor que treinou Bruce Lee.

Tem dois gêneros de filmes que gostaria de ver muito mais nos cinemas: westerns e artes marciais

Só que raramente acontece uma estréia dessas em nossas salas. Vez ou outra, em algum festival ou mostra, coisa rara também. 

Quando era garoto, queria muito ver um filme do mestre Bruce Lee ou alguns dos episódios do Django, numa tela gigante de cinema, mas nunca aconteceu. 



Bom, para a minha alegria, o diretor chinês Wong Kar-Wai ("Cinzas do Passado", "Felizes Juntos", “2046″, “Amor à Flor da Pele”) vai lançar em breve seu primeiro filme sobre artes marciais: 

Yut doi jung si/ The Grandmasters, conta a história de Ip Man, famoso professor que treinou Bruce Lee.

O ator Tony Leun protagonista da maioria dos filmes do diretor - interpreta "Ip Man".


Assista ao "teaser/trailer" e espere no minimo um ano para ver no cinema, pois ainda não tem estréia prometida.

ESCOLHA DE UM AMIGO.




A normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.



"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Eu fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles eu não quero resposta, eu quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Eu quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Eu escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Eu não quero só o ombro e o colo, eu quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Eu não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Eu quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Eu não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! 



Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Eu tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril".

terça-feira, 26 de julho de 2011

Telê Eterno

Deixo aqui a minha homenagem ao mestre Telê Santana que hoje faria 80 anos.
Foi o ultimo grande treinador da seleção do povo.
E foi o ultimo treinador que privilegiava o espetáculo e não a vitória.
Tragédia do Sarriá?
Tragédia foi ver depois Lazaroni, Parreira, Zagallo e Dunga como treinadores. 
Aliás, fiéis defensores da seleção do Ricardo "DONO DO FUTEBOL BRASILEIRO" Teixeira.



Telê vai ser eternamente lembrado como um homem de caráter e um idealista do futebol arte.




   

O Unicórnio de Porcelana

O Unicórnio de Porcelana é um curta metragem premiado no festival de cinema Philips "Tell It Your Way Competition". 
Ridley Scott que fazia parte do juri e responsável pela apuração dos votos, anunciou "Porcelain Unicorn" como o filme vencedor do festival patrocinado pela empresa multinacional Philips e comentou sobre a sua escolha do vencedor de 2010:
"Eu escolhi 'Porcelain Unicorn" para ser o filme vencedor, pois tinha uma narrativa muito forte, uma história muito completa, que foi bem contada e executada.", disse o diretor de filmes como "Gladiador", "Alien, O Oitavo Passageiro" e "Thelma e Louise" 

Filmado pelo diretor americano Keegan Wilcox, o filme é um conto extremamente sensível e comovente de como um encontro traumático de guerra inspira um homem na vida adulta.      

As inscrições para o concurso "Tell It Seu Way" poderia ser em qualquer gênero e seguir qualquer enredo, mas foram obrigados a seguir o diálogo de seis linhas exatas dos filmes "Parallel Lines". 

O que é isso?
É um unicórnio.
Eu nunca vi um de perto antes.
Bonito.
Fuja! Fuja!
Sinto muito.

E com apenas essas palavras vocês assistirão um lindo curta-metragem que vem emocionando o mundo inteiro. Divino! 




segunda-feira, 25 de julho de 2011

Curta esse video - No Bar

Uma lei federal brasileira obriga os fabricantes de cigarros a colocar determinadas mensagens com fotos nos maços com a intenção de desestimular o hábito de fumar, gerando, muitas vezes, controvérsia na relação vendedor/consumidor.


Esse curta-metragem, vencedor dos festivais de Brasília em 2002 e Gramado em 2003 é uma comédia sobre as fotos anti tabagistas nos maços de cigarro. Como sempre, Laura Cardoso com uma atuação impressionante.

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domingo, 24 de julho de 2011

Curta-metragem brasileiro: Os amigos bizarros do Ricardinho.

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Sempre admirei os curtas gaúchos e os motivos não são poucos; pela ousadia, roteiro com movimento narrativo e diretores que não inventam muito para contar uma história.    
Desde que comecei a gostar desse gênero cinematográfico (quando frequentava os festivais de cinema no inicio dos anos 90) sempre procurava os horários que seriam exibidos algum curta-metragem do Rio Grande do Sul.


Enquanto os curta aqui no Ceará costumam ser mais líricos e reflexivos, os curtas gaúchos são engraçados, tem ótimos argumentos e bons personagens. 
"Ilha das Flores" (1989) é considerado por muitos críticos  o melhor curta brasileiro já produzido. Daqui a mil anos, as pessoas vão comentar sobre o trabalho e a linguagem que o cineasta Jorge Furtado usou no documentário "Ilha das Flores".


"Vida Maria", que é cearense, e que postei dias atrás também é um curta eterno, as próximas gerações vão querer saber como era o trabalho infantil no nordeste brasileiro (tenho esperança que um dia acabe essa exploração) e essa animação vai retratar muito bem a história de um país que se recusou durante muito tempo a investir em educação.


Enfim, baseado em personagens reais da vida de Ricardo Lilja (que também interpreta o Ricardinho), o filme "Os amigos bizarros de Ricardinho" conta a história de um jovem ao limite da tensão em um novo ambiente de trabalho que é uma empresa de publicidade em Porto Alegre. Quando a pressão se torna insuportável, Ricardinho reage compartilhando com seus novos colegas as histórias bizarras de seus amigos e da sua família    


Esse curta é longo (risos), tem quase vinte e dois minutos, mas vale a pena reservar um tempo para acompanhar a vida do engraçado e melancólico Ricardo Lilja.


"Os amigos bizarros do Ricardinho" também foi exibido nos Estados Unidos, na programação do festival de novos diretores, promovido pelo Museu de Arte Moderna de Nova York, em 2009.  

Com vocês "Os amigos bizarros do Ricardinho".





sábado, 23 de julho de 2011

Vou torcer para o Uruguai domingo.

Nesse domingo (24/07) vou torcer para o Uruguai da mesma forma que torço para o meu São Paulo e confesso que vou torcer muito mais do que se fosse a seleção brasileira. Aliás, se fosse a nossa seleção e o Uruguai, torceria para os nossos vizinhos.
Cada ano que passa meu desinteresse pela seleção brasileira só cresce, pois não é mais a seleção canarinho, que encantava o mundo com o seu futebol arte e que era a redenção para os povos do terceiro mundo.
Hoje, a seleção brasileira só tem mascarado, jogadores sem personalidade e tem a cara do Ricardo Teixeira, dono da CBF e do nosso futebol.
Já a seleção uruguaia admiro muito pela vibração, a garra e o talento de seus jogadores. Tirando a seleção da Espanha que foi a campeã do mundo com mérito na Copa de 2010, a seleção do Uruguai fez uma copa do mundo que encantou a todos justamente pela empenho de toda a equipe.
E todo são paulino tem um carinho especial pela "Celeste Olímpica", pois Pedro Rocha, Pablo Forlán, Diego Lugano e Dario Pereyra ajudaram a escrever a rica história do São Paulo.






Fiquei arrepiado quando vi o vídeo "Un pueblo genéticamente diferente" no blog do Juca Kfouri, pois a minha filha "Luna", soltou o mesmo grito estranho que os recém-nascidos do Uruguai. Nunca falei nada pra ninguém, porque falar sobre as proezas de um filho não tem muita credibilidade, mas o que aconteceu no hospital foi igual ao vídeo que postei. Impressionante.

Veja o vídeo.


Até a torcida torce é diferente. No Brasil são guerreiros da Brahma, lembra? SOMOS GUERREIROS! dizia o goleiro Julio Cesar no comercial da Copa de 2010. Grande merda.



O jogador brasileiro virou isso. 

O autor está morto, diz Jean-Luc Godard





Jean-Luc Godard tem uma solução para a crise financeira da Europa. Ela é simples e criativa, como se poderia esperar de um homem que nos anos 1960, juntamente com todos os jovens cineastas da Nouvelle Vague, libertou o cinema da camisa-de-força dos estúdios. "Os gregos nos deram a lógica. Temos uma dívida com eles por isso. Foi Aristóteles quem propôs o grande 'logo'. 'Você não me ama mais, logo...'. Ou, 'encontrei você na cama com outro homem, logo...'. Usamos essa palavra milhões de vezes para tomar nossas decisões mais importantes. É hora de começarmos a pagar por ela."

"Se formos obrigados a pagar dez euros à Grécia cada vez que usarmos a palavra 'logo', a crise acabará em um dia, e os gregos não precisarão vender o Partenon aos alemães. Temos no Google a tecnologia para rastrear todos esses 'logos'. Podemos até cobrar das pessoas pelo iPhone. A cada vez que Angela Merkel disser aos gregos 'nós emprestamos todo esse dinheiro a vocês, logo vocês precisam nos pagar de volta com juros', ela será obrigada, logo, a pagar primeiro aos gregos pelos royalties." 

Ele ri, eu rio, alguém que está ouvindo na sala ao lado ri. É claro que Godard é contra todo o conceito capitalista burguês do copyright: ele dá uma banana a isso em uma gag pouco sutil no final de "Film Socialisme", a mais recente salva de tiros em sua guerra de 40 anos contra Hollywood, lançado no Brasil no final de 2010. O "enfant terrible" do cinema pode estar com 80 anos, mas não perdeu nada de sua verve em matéria de irreverência e espírito do contra. 


"Film Socialisme" é o mais puro Godard em toda a glória desconcertante de sua fase mais recente: um ataque visual avassalador que entorpece os olhos, o cérebro e as nádegas do espectador, que toma liberdades com a paciência e a resistência mental dele, mas cuja originalidade é inegável. Não há trama, é claro. Em vez disso, estamos ao mar em um cacofônico navio de cruzeiro no Mediterrâneo, uma Las Vegas flutuante que se afoga em consumo excessivo, onde um coro grego de atores e filósofos perambula entre os passageiros de meia-idade, citando Bismarck, Beckett, Derrida, Conrad e Goethe em francês, alemão, russo e árabe. 

Não é fácil de se assistir. A vontade de viver frequentemente desaparece enquanto imagens do último século atormentado passam diante de nossos olhos - apenas para ser despertada outra vez pelas tomadas sublimes que Godard faz do navio e do mar, ou por alguma citação aleatória que acerta o alvo em cheio. "Ter razão, ter 20 anos, ter esperança", ouvimos enquanto Patti Smith percorre o convés com sua guitarra, como uma adolescente mal-humorada. Quer dizer que é isto o futuro do cinema, como alegam os defensores de Godard? Tenho minhas dúvidas. Só sei que ninguém mais faz filmes deste jeito. E que outro diretor importante colocaria o filme inteiro no YouTube --embora em velocidade-relâmpago-- no dia antes de chegar aos cinemas. 

Os discípulos eternos de Godard veem "Film Socialisme" como não apenas uma metáfora da Europa --um navio de descontentes envelhecidos boiando à deriva em sua própria história--, mas como um manifesto em favor de "uma nova república de imagens", livre do domínio morto da propriedade corporativa e das leis de propriedade intelectual. Este novo cinema será recortado e colado em um mundo para além do copyright, onde os direitos do autor em pouco tempo passarão a ser vistos como tão medievais quanto o "droit du seigneur" (o suposto direito dos senhores feudais de deflorar as donzelas que viviam em seus domínios, antes de elas se casarem). Godard lançou pouca luz sobre sua criação até agora, tendo desaparecido sem explicações exatamente quando o filme fez sua estreia em Cannes este ano, deixando apenas uma mensagem: "Em função de problemas de estilo grego, não poderei estar com vocês em Cannes. Eu iria até a morte pelo festival, mas nem um passo além disso." 

Este é o tipo de Godard satírico que já conhecemos, o Godard dos grandes gestos, o Godard que é objeto de piadas intelectuais desde que fez um desvio pelo obscurantismo maoista depois de reescrever as regras do cinema no início dos anos 1960 com filmes como "Acossado". Incitado por Raoul Coutard, seu brilhante diretor de fotografia, ele filmou ao improviso, com câmeras seguradas na mão e praticamente nenhum roteiro, abrindo o caminho não apenas para a Nouvelle Vague francesa mas para toda uma geração de diretores independentes em todo o mundo. Scorsese, Tarantino, Altman, Fassbinder, De Palma, Soderbergh, Jarmusch, Paul Thomas Anderson --de uma maneira ou outra, eles e incontáveis outros se inspiraram neste enigmático cineasta suíço dotado de uma reserva inesgotável de aforismos espirituosos que manterão os teóricos do cinema ativos por séculos: "A fotografia é verdade. O cinema é verdade 24 vezes por segundo", "uma história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem". 

Mas parece que, em algum lugar no meio desse caminho, o homem foi consumido pelo mito. O Godard que está sentado à minha frente em um apartamento de Paris, usando uma camiseta tão apertada que lhe dá o ar de um Buda de óculos e barba por fazer que foi acordado no meio de sua soneca da tarde, é tão mais humano, tão mais infantil que a lenda. Ele fala com um ligeiro ceceio. Ele é brincalhão e paciente. Procura responder perguntas que outros poderiam interpretar como insultos. Ele faz sentido, na maioria das vezes. É difícil enxergá-lo como o sujeito "merda" com quem o colega cineasta da Nouvelle Vague François Truffaut se desentendeu nos anos 1970. 

Godard chega a falar bem de Hollywood, ou, pelo menos, da Hollywood dos anos 1930-1950, "que sabia fazer filmes como ninguém mais sabia. Hoje, nem mesmo os noruegueses conseguem fazer filmes tão ruins quanto os americanos." Ele se derrama em elogios à forma não narrativa dos westerns. "Só o que você sabe é que um estranho chega à cidade a cavalo." Pergunto sobre a pressão de ser visto como o autor dos autores, um visionário permanente. "Não sou um autor, bem, pelo menos, não agora", ele responde tão casualmente como se deixar de ser autor fosse como deixar de fumar. "Houve uma época em que pensávamos que fôssemos autores, mas não éramos. Realmente não fazíamos ideia. O cinema acabou. É triste que ninguém esteja explorando o cinema realmente. Mas, fazer o quê? De qualquer maneira, com os celulares e tudo o mais, hoje todo o mundo é autor." 

Godard raramente concede entrevistas e frequentemente as cancela. Há mais de 30 anos ele vem tentando encontrar uma nova linguagem do cinema, encerrando-se em sua garagem na enfadonha cidade suíça de Rolle. Um filósofo francês me contou que certa vez passou uma semana diante da casa de Godard, aguardando em vão por uma audiência. Pergunto sobre o significado do lhama e do asno em "Film Socialisme", motivo de muitos questionamentos por parte de críticos. "A verdade é que eles estavam no campo ao lado do posto de gasolina na Suíça onde filmamos a sequência. Voilà. Não há mistério algum. Eu uso o que encontro." Ele diz que as pessoas frequentemente identificam significados inexistentes em seus filmes. Começo a me perguntar se é possível que Godard tenha sido profundamente incompreendido: será que, na realidade, ele é muito mais simples do que parece? 

"As pessoas nunca fazem as perguntas certas", ele diz. "Minha resposta à pessoa que jamais vai me fazer a pergunta certa sobre este filme é que a imagem que eu gosto realmente é a imagem sobre a Palestina, os trapezistas." É uma metáfora da beleza que nascerá no dia em que judeus e árabes aprenderem a trabalhar em conjunto. 

Estamos nos aproximando do tópico espinhoso do suposto antissemitismo de Godard, tema que voltou à tona novamente no ano passado quando ele recebeu um Oscar honorário. Sua hostilidade a Israel e seu apoio forte à causa palestina muitas vezes foram confundidos com ódio aos judeus, acusação que ele diz ser "idiota". O filósofo Bernard-Henri Lévy, que trabalhou com Godard em uma série de projetos abortados sobre "o ser judeu", certa vez descreveu o cineasta como um homem "que está tentando se curar de seu antissemitismo". Este pode ou não vir de sua família franco-suíça de alta classe, muitos de cujos membros foram favoráveis a Vichy. Em "Film Socialisme", Godard volta a enfiar a mão no vespeiro, com falas como "que estranho que Hollywood tenha sido inventada pelos judeus". 

Outro livro que o acusa de antissemitismo saiu algumas semanas atrás, do intelectual Alain Fleischer. Este define como antissemita qualquer pessoa que se opõe à existência de Israel; ele admite, contudo, que Godard é antissemita apenas no mesmo grau em que "um judeu às vezes pode sê-lo". Procuro espicaçá-lo para que dê uma resposta, mas Godard não morde a isca. "Isso me deixa triste. Ele diz que o homem falou isso, mas o homem e a obra são coisas diferentes." Pergunto se isso quer dizer que o homem pode ser antissemita, mas a obra não é, mas Godard faz um gesto de afastar com as mãos. "Não, não! Isso é ridículo." 

Preparo-me para partir, perguntando o que ele vai fazer a seguir, e ele se levanta rapidamente, como um adolescente, e vai procurar entre objetos na sala ao lado, retornando com um roteiro. "Tome", diz Godard, escrevendo uma dedicatória a "o guardião da cinematografia", pensando, por alguma razão, que eu talvez possa ajudar para que o filme seja feito. Fico comovido, mas profundamente entristecido pelo fato de um grande pioneiro do cinema estar sendo obrigado a usar desses estratagemas para divulgar sua criação. 

Mas será que ele está mesmo? Será que Godard, aos 80 anos, está simplesmente oferecendo sua criação para quem quiser vê-la --como, por exemplo, colocando seu filme no YouTube? Enquanto desço o bulevar Magenta, me pergunto se eu mesmo deveria fazer o filme, já que direitos autorais e o conceito de autor já não significam nada para Godard. O roteiro é intitulado "Adieu to Language" (Adeus à Linguagem), e é mais ou menos isso mesmo. Trata de um casal e um cachorro, da vida, da morte e de todo o resto, embora o cachorro seja o protagonista real. Sim, quem sabe eu deva fazer o filme. Mas será que o mundo já está preparado para "Lassie - A Busca de um Cão por Sentido em um Universo Existencial"? Ou, algo mais louco ainda-- um filme de Godard com final feliz? 

FIACHRA GIBBONS
DO "GUARDIAN"


Tradução de Clara Allain 



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Defective Detective

Esse curta-metragem animação de apenas quatro minutos é divertidíssimo e brinca demais com a imaginação do mundo dos detetives particulares. 
"Defective Detective" conta a história de um detetive que além de viver na paranóia de uma cidade grande, está a procura de um açougueiro assassino.
O curta levou 1 ano para ser finalizado e como resultado ganhou bronze no 38th Student Academy Awards. Foi criado pela dupla Avner Geller e Stevie Lewis (foto) que trabalham na Pixar e Dreamworks, respectivamente.


Avner Geller and Stevie Lewis


Com vocês, o detetive trapalhão.



Defective Detective from Cartoon Brew on Vimeo.

Um pombo impossível.

Pigeon: Impossible (2009)



Um agente secreto novato está diante de um problemão: o que fazer quando um pombo morto de fome e muito curioso fica preso dentro de uma mala extremamente equipada e ultra-secreta do governo americano, que contém inclusive dispositivo para disparar um míssil nuclear.

O filme levou quase cinco anos para ser concluído e é a primeira tentativa de animação do escritor e diretor Lucas Martell: “Quando o projeto começou, era principalmente uma desculpa para aprender animação 3D, mas já no andamento do projeto, tinha trabalhado tanto tempo que no final eu só queria fazer uma história para as pessoas rirem”. Conta Martell.


O resultado final é um curta-metragem de 6 minutos hilariante, com muita confusão nas ruas de Washington DC e a luta do agente secreto com a pombinha.  

seria engraçado.

A ambiguidade e a imperfeição

O artista Maurizio Di Iorio é um fotografo especializado em fotografar mulheres, até aí nada demais pois tem milhares de fotógrafos especializados nessa categoria, uns geniais e outros nem tanto.

Mas Maurizio é diferente, fotografa sentimento de expressão e gestos, sensualidade e curvas e vai muito além de pernas, bundas ou seios, suas imagens nas entrelinhas tem história.

Ele nasceu em Pescara (Itália), forte presença na internet, tem milhares de imagens dele espalhados em blogs e sites. Numa entrevista para designyoutrust.com Maurizio explicou a sua atração pelo feminino:

"A minha atração por indivíduos do sexo feminino é evidente, mas eu gostaria de esclarecer que não se trata apenas de preferências estéticas: considero que nas mulheres torna-se mais difícil para separar o lado obscuro da luz. No sexo feminino, os dois caracteres são quase sempre complementares e constantemente em equilíbrio.
Eu fotografo tudo o que desejo; não é, obviamente, o verdadeiro tema, mas o que ele representa. E que também por isso que eu considero minha foto".

Bom, para quem gosta de fotografia, ele usa esses equipamentos para fazer as suas produções. Contax G2, Canon EOS30, B35 Rollei, Yashica T4. Também tem uma Canon 7D, mas ele quase nunca usa câmeras digitais.

Enquanto vão vendo as fotos escute o som de "Angus and Julia Stone - Where does the go?".






Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio

Maurizio Di Iorio



jesuisperdu:

maurizio di iorio





Maurizio Di Iorio








Vem aí - Estreias previstas para sexta-feira 22/07.

Próximas estreias no cinema.

Lola (2009) - Minha aposta: É um filme de um grande diretor filipino - Brillante Mendonza.





Assalto ao Banco Central (2010) - Minha aposta: Não tenho a menor ideia se vai ser um bom filme, mas ao menos parece que vai ser  bem divertido.
Diretor: O global Marcos Paulo.



Filhos de João, o admirável mundo novo (2010) - Minha aposta: Gosto de documentários brasileiros e quando retrata o universo musical, tem sempre algo novo pra gente saber.
Diretor: Henrique Dantas




Outubro (2010) - Minha aposta: Gosto dos filmes que são premiados em Cannes, principalmente pelo Juri da Mostra "Um Certo Olhar". É extremamente raro ver um filme peruano e acho que vale a pena conferir esse.
Diretores: Os irmãos Diego e Daniel Vega.










quarta-feira, 20 de julho de 2011

Afe! Que filme são esses?

Estou sempre caçando bons trailers na internet, na esperança de ver bons filmes no cinema ou em algum festival ou mostra. Infelizmente, nem sempre a maioria dos filmes estrangeiros, experimentais e estranhos, vão para o cinema (pelo menos aqui no Brasil), o destino e para as prateleiras das locadoras e nem sempre vão para a TV paga/cabo.


Mas pelo amor ao cinema, ainda não consigo baixar filmes que ainda não estrearam ou que não vão estrear, seria quase uma traição a minha maior paixão que é a sétima arte. Não admito ver filmes no computador (cruz credo) e nem na televisão.
Filme pra mim tem que ser no cinema sempre, televisão só se não tiver jeito mesmo. 

Um dos filmes que postei o trailer "Bronson" que é de 2008, não sei se estreou em São Paulo ou se passou em algum festival de cinema. Aqui em Fortaleza não estreou e também não está em nenhuma locadora.


Mas depois de ver esses trailers juro por tudo que é mais sagrado que deu muita vontade de baixar esses filmes.


Quem gosta de filmes estranhos, experimentais, de terror e ultra violentos, por favor, tem que ver esses trailers.


THE HUMAN CENTIPEDE (2009)

    
Um cientista louco seqüestra e mutila um trio de turistas, a fim de remontá-las, criando uma nova especie de centopeia humana. Na linha da série Jogos Mortais, só que um cinema mais doente e perverso.




A SERBIAN FILM (2010)



Um ator pornô em decadência e quase aposentado concorda em participar de um "filme de arte" a fim de fazer uma ruptura clara na sua carreira. Logo descobre que ele apenas foi convocado para fazer um filme sobre violência sexual e de necrofilia temática, uma especie de "snuff film". Ultra polêmico e que foi proibido em quase todos os países da Europa.



BRONSON (2008)



Um jovem que foi condenado a sete anos de prisão por roubar uma agência dos correios e acaba por passar 30 anos em confinamento solitário. Durante este tempo, sua própria personalidade é suplantada por seu alter ego, Charles Bronson.

Não se discute com a natureza

A natureza não faz milagres; faz revelações. 
(Carlos Drummond de Andrade)
Ops!