domingo, 10 de julho de 2011

O rosto da guerra ou Assim caminha a humanidade

É impressionante como ninguém tem medo de segurar uma arma nessas imagens abaixo.
Uns vibram, outros demonstram ódio, alguns indiferença, mas medo... Medo tenho eu, quando estou distraído e do nada estoura um escapamento de um carro.  


Nem consigo imaginar o que essas pessoas carregam em seus corações, o que aconteceu (e que está acontecendo) na história de suas famílias e amigos e os motivos de uma comunidade colocar uma arma na mão de uma pessoa e pior, de uma criança. 
Sinceramente, não posso julgar as intenções dessas pessoas, mas também não quero cruzar com elas, iria morrer só de olhar uma metralhadora.  


O negro pelado segurando uma metralhadora é impressionante. 
O garoto segurando uma metralhadora e seu cachorro ao lado é puro Mad Max. Parece até uma imagem de cinema retratando o planeta daqui a 100 anos.   


Um sorrindo, outro segurando a bazuca, o quase bebê segurando uma metralhadora com seu pai/avô/tio.


Isso me fez lembrar de uma frase do Albert Einstein "Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras."


Mas escolhi uma parte do texto do Luis Fernando Veríssimo, publicado dia 09/12/2009, com o título "Para voltar a Crer" no blog do Estadão, que sintetiza muito melhor que minhas palavras.  


"Não faltam motivos para descrer da Humanidade. Vamos combinar que fizemos coisas extraordinárias, mas nossa passagem pela Terra não está sendo, exatamente, um sucesso. Para cada catedral erguida bombardeamos três, para cada civilização vicejante liquidamos quatro, a cada gesto de grandeza correspondem cinco ou seis de baixeza, para cada Gandhi produzimos sete tiranos, para cada Patrícia Pilar dezessete energúmenos. Inventamos vacinas para salvar a vida de milhões ao mesmo tempo que matamos outros milhões pelo contágio e a fome. Criamos telefones portáteis que funcionam como gravadores, computadores - e às vezes até telefones -, mas ainda temos problema com a coriza nasal. Nosso dia a dia é cheio de pequenas calhordices, dos outros e nossas. Rareiam as razões para confiar no vizinho ao nosso lado, o que dirá do político lá longe, cuja verdadeira natureza muitas vezes só vamos conhecer pela câmera escondida. Somos decididamente uma espécie inconfiável, além de venal, traiçoeira e mesquinha. E estamos envenenando o planeta, num suicídio lento do qual ninguém escapará. E tudo isso sem falar no racismo, no terrorismo e no Big Brother Brasil.
Eu tinha desistido de esperar pela nossa regeneração. Ela não viria pela religião, que se transformou em apenas outro ramo de negócios. Nem viria pela revolução, mesmo que se pagasse para o povo ocupar as barricadas. Eu achava que a espécie não tinha jeito, não tinha volta, não tinha salvação. Meu desencanto era total. Só o abandonaria diante de alguma prova irrefutável de altruísmo e caráter que redimisse a Humanidade. Uma prova de tal tamanho e tal significado que anularia meu ceticismo terminal e restauraria minha esperança no futuro.
Se o Grêmio derrotar o Flamengo, o Internacional pode ser campeão. Mas o mais importante não é isso. Se o Grêmio derrotar o Flamengo mesmo sabendo as consequências e o possível beneficio para o arquiadversário, estará dando um exemplo inigualável de superioridade moral. A volta da minha fé na Humanidade não interessa, Grêmio. Pense no que dirá a História. Pense nas futuras gerações!
Ps.: O Flamengo venceu o Grêmio por 2 x 1 e se sagrou campeão brasileiro. Ao chegar em Porto Alegre, vários jogadores do Grêmio foram hostilizados por sua torcida por terem jogados com raça e ter dificultado ao máximo uma vitória tranquila do Flamengo. 
No caso de uma derrota e confesso que não lembro se um empate também, daria o título ao arqui-rival Internacional.  

Com certeza, depois desse dia a fé do Veríssimo na humanidade não aconteceu. 

















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